25 de mai. de 2010

Raquel de Queiroz não pintava os cabelos

Há muitos anos atrás, li uma crônica memorável da Raquel de Queiroz, no Estadão. Era sobre cabelos brancos e pintados. Procurei bastante no Google para reler, mas não consegui achar. Não tem importância, depois eu procuro com calma, mas posso contar aqui que ela dizia que não pintava os cabelos porque um fio de cabelo é único, da raiz até a ponta tem nem sei quantos mil tons. É o que faz de um cabelo sem tintura, ter um brilho único, impossível de ser conseguido nem com a melhor tinta, luzes, mechas ou cremes do mundo. Enquanto minha cara era lisinha, resisti ao máximo, dizia que cabelos brancos eram pra quem tem atitude e, melhor um cabelo branco, do que um cabelo de cor chapada e, que se a Raquel de Queiroz não pintava, eu também não. Muito metida, querendo me comparar, lógico que escutei falarem que ela, - podia! Eu não dava bola e os anos foram passando, fui branqueando e minhas amigas me atazanando. Tanto me amolaram que um dia resolvi, - cortei uma mecha bem grande e levei para a Marlene, que até então, só cortava meu cabelo. Falei que se ela não acertasse a cor, ia apanhar. A danada acertou, ficou bárbaro, sai me achando uma mocinha. Esse primeiro tonalizante durou uns dois meses, dai em diante é que começa o martírio. Nunca mais a cor ficou igual, porque nunca mais o meu cabelo foi da cor original. Tinha sempre, por mais desbotado que estivesse, um resto de tinta, e, cor em cima de cor, nunca é a mesma coisa. Mas, já que comecei, fazer o quê? Melhor continuar. Daí, eu fui trabalhar do outro lado da cidade e parei de ir à Marlene. O cabeleireiro onde ela trabalha fecha às seis horas, impossível pra quem vem de longe e morre de preguiça da muvuca do sábado. Tentei outros lugares, alguns muito caros e, querem saber? Mesma coisa. Hoje de manhã, conversando com uma amiga, decidi. Vou lá mesmo. Se não ficar bom, não tem importância, eu não saio de casa, e, se for para a minha satisfação pessoal, tanto faz, eu não enxergo mesmo. Fui, ela é uma fera. Tingiu, fez as luzes só na raiz, bem em cima das antigas. Fiquei com um cabelo artificial como não poderia deixar de ser, mas não chapado. Resumo da ópera, saí de lá super satisfeita, tanto que vou tirar uma fotografia nova para o perfil do meu blog. Essa é muito antiga, do tempo das primeiras tintas.

Beijos

2 comentários:

Arquitetando a vida disse...

eu tive o previlégio de ver a Rachel de Queiróz em Ipanema (eu tinha 19 anos)ela saia da agencia do BB .Um lindo sorriso e cabelos quase brancos.Claro que esqueci de pedir autógrafo ]lembrei direitinho do sorriso dela prá mim quando surpresa exclamei o nome dela.
Minha mãe era linda e pintava o cabelo não por estarem brancos e sim pq a cor não combinava com ela.Imédia da Loreal 8,13.
eu faço reflexos desde os 18 anos meu cabelo era muito oleoso e foi o que funcionou agora quase 55 quero dar um tempinho mas com seu texto vou pensar seriamente.
Acho que vc tem estilo e aqueles reflexos prata devem ficar barbaros .Bem pouquinhos para não ter sarapico ou siricutico no salão rsrsrsrbjs

Anônimo disse...

Eu estou na fase "acho que não vou pintar nunca".
Acho lindos os meus fios "prateados". Sem saber da Raquel de Queiroz, sempre disse que eles são a minha história.
A vovó Lourdes tinha a cabecinha mais linda que eu posso me lembrar: alva, brilhante, linda! (ela usava um potinho de metal azul e branco, coma as letras vermelhas: Brilhantina Willians.Lembra?)
A mamãe também tem uma cor linda.
A Lalucha se cansou de pintar, deixou branco e ficou linda.
Não pretendo ficar linda, mas estou super satisfeita com meus prateados. Bem resolvida? Sei lá...acho que tenho mesmo é preguiça da escravidão que a pintura vai me impor.
Já tenho tinta demais na minha vida...
bjs,
GOGÓ