16 de dez. de 2010

Chores por ti e por nós, Argentina!

A semana passada nesta hora eu estava com a minha querida Luisa em Buenos Aires. Ela a trabalho e eu passeando com as milhas que ganhei de presente da Isabel. São duas filhas maravilhosas que me enchem de orgulho, além de me pajear elas ainda me presenteiam.
Nós saímos de casa às 4hs da madrugada e chegamos no hotel perto das onze . Como o quarto ainda não estava pronto, saimos para bater perna, Luisa com a máquina fotográfica e bloquinho em punho, não parava um minuto, na explêndia (hehe)reportagem publicada hoje no caderno de Turismo da Folha de São Paulo, ela conta mais ou menos o nosso roteiro. Acho que ninguem vai conseguir acreditar no quanto nós andamos, fuçamos e reviramos a cidade em apenas quatro dias. Acho que qualquer pessoa normal precisaria de uma semana, não foi o nosso caso, o que muitos dirão que é obvio: sou uma louca de pedra. O que não sabem é que criei uma louquinha, obsessiva por trabalho, de uma correção extrema, -almoçava, jantava e se divertia trabalhando. Aliás, se divertiu muito- um dia íamos à pé da casa da Barbie numa rua em Palermo até o Museu Malba que imaginávamos mais perto, quando atravessando a avenida Libertadores que é imensa, o sinal abre para os carros, apavarada estanquei no meio da rua, de olho fechado e mãos espalmadas como um guarda de trânsito. Só não fui massacrada porque acho que os carros se assustaram com aquela louca, enorme num vestido cor de sangue, estática no meio da rua, mal conseguindo ouvir os gritos e gargalhadas da Luisa, já na calçada. Rindo muito chegamos ao museu que é lindo, assim como a cidade é linda. Pena ela refletir a crise econômica que parece não ter fim, na falta de tinta nos prédios históricos e nas inúmeras placas de "aluga-se'' pela cidade toda. Aliás, como os prédios são lindos, tão lindos que em todos eles há uma placa com o nome do arquiteto e da firma construtora. Talvez se aqui se adotasse isso, nossa cidade não seria vergonhosamente arruinada com os medonhos neoclássicos que tanto agradaram aos ricos na última década. Os arquitetos imporiam um padrão de bom gosto aprendido nas escolas, não iriam se render ao mau gosto do mercado que faz um prédio na avenida Juscelino Kubitcheck com vidros, espelhos e colunas dóricas numa mistura que justifica o apelido que os portenhos nos davam: macaquitos. Tomara que esse orgulho, essa arrogância que tanto nos irritaram possa ser devolvida a eles. Uma cidade tão civilizada, onde as pessoas não se amontoam nas lojas para consumir qualquer coisa, onde se come e bebe como reis e onde quase não existe congestionamentos merece voltar a viver todo o seu explendor.
Beijos
P.S. Vejam aqui um pedaço do que a Lu escreveu:
http://www1.folha.uol.com.br/turismo/
P.S.2 cometi um erro indecente lá em cima. Já apaguei!

7 de dez. de 2010

Qualquer dia a gente se vê

Quando a gente chega numa certa idade vai ficando calejada com as separacões inevitáveis que a vida nos reserva. A morte é um mal necessário e, ainda bem que existe, sinal de que a gente nasceu. Eu já perdi tanta gente querida, desde a inesquecível geracão dos meus avós - não consigo lembrar de qualquer um deles, tios e tias, sem ficar com um nó na garganta. E os da minha geracão que se foram cedíssimo? Minhas irmãs Ziza e Sonia, meus irmãos Cacá e o de sangue, Juca? Dói muito não poder compartilhar minhas alegrias, vitórias e frustracoes nesses anos todos sem eles. O consolo é pensar na riqueza que foram as suas curtas vidas, com todos os percalços e dificuldades, mas deixaram uma herança de generosidade e caráter irrepreensível nos seus filhos que também são um pouco meus.
E sem eles a gente vai vivendo, muito bem até, mas não há um dia sequer que acabe sem uma lembranca deles. A do meu pai é tão viva que sinto ele mais próximo hoje do que quando era vivo. Da vovó e da Gigina, sempre há uma graça, um jeito de falar que faz com que os anos de doença sejam esquecidos, só fica o lado leve, divertido e generoso.
Eu acho e tenho certeza de que essas pessoas não morreram, não falo nisso penando em vida eterna - morro de preguiça de pensar que existe, imaginem eu pela eternidade? eca!!! Ou reencarnacão ou qualquer outro sentimento ligado a religião. Eu acho que enquanto existirem pessoas que falem e se lembrem de seus mortos, eles continuam vivos, não sei se do nosso lado ou dentro da gente.
Não consigo mais pensar ou achar nada, a Baby Gregori acaba de morrer, mas quem a conheceu pode imaginar que ela não estará entre a gente até o último dia de nossas vidas? E depois da gente, de nossos filhos e netos que continuarão repetindo as suas deliciosas histórias, a sua alegria mais do que escandalosa, a sua força, a sua determinacão e a garra com que levou a vida e criou duas filhas maravilhosas, além das sobrinhas e uma multidão de amigos. A Baibola nunca vai morrer. Até qualquer hora, bicho loco, a gente se vê por ai.

2 de dez. de 2010

Eu sabia! Eu sabia!!!



A semana passada estava nesse lindo lugar descansando e sendo cuidada. Sabia que ao voltar alguns pepinos me esperavam, um deles o Natal, que longe de ser uma data gostosa, hoje é uma amolacão. Até o nosso e-mail é abarrotado de anúncios,o trânsito infernal. O que eu não imaginava era o tamanho da encrenca - moro pertinho da Avenida Paulista, na esquina daquele banco que atrai multidões para ver o concerto de músicas natalinas e seus enfeites que são práticamente os mesmos dos outros anos. Esse ano, para piorar a minha qualidade de vida, a praca Mario Covas na outra calcada está toda enfeitada e com caixas de alto falante imensas - socorro! Logo em frente, na avenida, um palco monstro com um Papaio Noel gigantesco cobre as duas pistas. Já imagino o inferno que vai ficar minha rua com o Natal Iluminado. Acho que é reflexo da minha provecta idade esse má vontade com a data que deveria ser comemorada com a simplicidade que foi o nascimento de Jesus.

beijos