18 de jun. de 2012
Forever young
Tanta coisa tem me acontecido que quase
desisti de escrever, coisa que mesmo mal feita, é uma catarse, me faz um bem danado,
ainda mais quando eu tenho a cara de pau de publicar. Ultimamente ando num rodamoinho tão grande de
emoções, algumas maravilhosas como uma viagem de 10 dias que fiz com a
Luisa,minha filha, para Nova Iorque, outra ainda não estou madura para escrever,
mas,já que toquei no assunto, vou contar rapidinho – Vou ser avó do Joaquim!!!!!
Ele chega em novembro e eu tou tão emocionada que ainda não consigo escrever
sobre isso. Nesse meio tempo de perdas tão
doídas com a da tia Vera e alegria incomensurável ( essa foi boa, heim?) da renovação da vida, com o sexto Joaquim na
minha vida, só posso agradecer a Deus a alegria dos filhos e nora que tenho. Eles são maravilhosos!!!Ha!! meus sobrinhos
também são demais!, Todos eles, e agora,
vão ser mais uma vez,elevados a categoria de tios. Que eles saibam que a força
do amor plantada pelos Joaquins antepassados
pode e deve superar tudo, sempre! Voltando às bobagens que regem meu
blog, conto uma novidade na minha vida virtual que é uma delicia, - sem
transito, sem mau humor, sem brigas e agora com uma novidade super divertida-
um grupo dentro do Facebook chamado Pim Pam Pum. Um fenômeno. Quando fui
convidada para participar dele, acho quer éramos umas 600 pessoas, hoje se
aproxima dos 5 mil e aposto que tão cedo esse numero não parará de
crescer. Os mais moços desse grupo têm
no mínimo 50 anos, acho que a grande maioria, pelo menos dos que interagem mais,
tem por volta dos 60 e, todos eles
cheios das melhores recordações da nossa mocidade, anúncios de TV, roupas, festivais,
restaurantes, colégios, rua Augusta, clubes, uma farra. Uma farra tão gostosa e
tão emocionante que me deu ânimo para voltar a escrever. Pra falar a verdade, o
que me animou foi um belíssimo texto que fala da alegria de ser velho. Pedi licença
ao autor pra publicar aqui. Assim que eu
tiver uma resposta, mostro pra vocês.
15 de mar. de 2012
Nunca morrer num dia assim, de um sol assim!!
Mas foi assim, com um sol escandaloso e inclemente
que a minha querida, minha “idala”, meu espelho, Vera Rodrigues
Telles Rudge morreu. Junto com ela, a tia divertida, culta e brilhante, que amou e viveu a vida com toda a intensidade, morre
um pouco, ou muito, de mim. Pra ela, que, junto com meu pai, recitavam tantas poesias,
vai essa, que ela tantas e tantas vezes declamou:
In extremis
Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia
Assim! de um sol assim!
Tu, desgrenhada e fria,
Fria! postos nos teus os meus dedos gelados...
E um dia assim! de um sol assim! E assim a esfera
Toda azul, no esplendor do fim da primavera!
Asas, tontas de luz, cortando o firmamento!
Ninhos cantando! Em flor a terra toda! O vento
Despencando os rosais, sacudindo o arvoredo...
E aqui dentro, o silêncio...E este espanto! e este medo!
Nós dois...e, entre nós dois, implacável e forte,
A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte...
Eu, com o frio a crescer no coração, - tão cheio
De ti, até no horror do derradeiro anseio!
Tu, vendo retorcer-se amarguradamente,
A boca que beijava a tua boca ardente,
A boca que foi tua!
E eu morrendo! e eu morrendo
Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo
Tão belo palpitar nos teus olhos, querida,
A delícia da vida! a delícia da vida!
Olavo Bilac
In extremis
Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia
Assim! de um sol assim!
Tu, desgrenhada e fria,
Fria! postos nos teus os meus dedos gelados...
E um dia assim! de um sol assim! E assim a esfera
Toda azul, no esplendor do fim da primavera!
Asas, tontas de luz, cortando o firmamento!
Ninhos cantando! Em flor a terra toda! O vento
Despencando os rosais, sacudindo o arvoredo...
E aqui dentro, o silêncio...E este espanto! e este medo!
Nós dois...e, entre nós dois, implacável e forte,
A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte...
Eu, com o frio a crescer no coração, - tão cheio
De ti, até no horror do derradeiro anseio!
Tu, vendo retorcer-se amarguradamente,
A boca que beijava a tua boca ardente,
A boca que foi tua!
E eu morrendo! e eu morrendo
Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo
Tão belo palpitar nos teus olhos, querida,
A delícia da vida! a delícia da vida!
Olavo Bilac
23 de fev. de 2012
Uai??? Não! é Uau!!!
Preciso dar um tempo nas minhas lembranças da Campanha FHC de 1994 para falar do meu carnaval. Eu sou prolixa, já deu pra notar, pulo de um assunto a outro sem nem respirar, mas como já falei aqui,quando voltei de Brasília, sou perdida e desvairadamente apaixonada pela obra do Niemeyer e queria muito conhecer o Complexo da Pampulha. Nesse ano que passou, no embalo das Minas Gerais,ouvi e li muita coisa sobre Inhotim
www.inhotim.org.br e, de tanta vontade e de tanto falar,ganhei de Natal da minha querida Isabel uma viagem para lá. Fomos nós três para a casa do nosso – na verdade do Luis Augusto, sobrinho Eduardo e Laila. Que delícia inenarrável, uma casa divina num lugar encantado e uma família esplêndida. Junto com a Bia e Leo, sobrinhos netos de quem já estou morta de saudade,eles foram os melhores companheiros e anfitriões que já pude ter. A cidade de Belo Horizonte nunca me seduziu, apesar das ótimas lembranças que o tio Helio Surerus me proporcionou - ainda vejo um pôster enorme de uma mineradora, acho que a Manesman, onde ele trabalhou. Mas eu estava redondamente enganada, longe de ser sem graça, a cidade é linda de capotar, as ruas enormes e super arborizadas tem uma arquitetura bacanérrima, aquela praga neoclássica que infestou São Paulo, não passou por lá. Esses mineiros trabalham em silencio mesmo, tem uma cidade deslumbrante e não contam pra ninguém. Difícil vai ser esconderem Inhotim por muito tempo. Sem sombra de dúvida é o lugar mais lindo que já vi. Começando pelo piso, nunca vi pedras tão lindamente cortadas e assentadas, são de um tamanho gigantesco. O jardim, nem Monet poderia sonhar igual. Não entendo como um país como o nosso, tão rico e tão belo, pode prescindir da exuberância tropical que Burle Marx tão bem traduziu para fazer cópias mal feitas de jardins europeus. Fico aqui pensando na sorte que foi o encontro desse grande arquiteto e paisagista com o industrial, minerador e acima de tudo sonhador, Bernardo da Paz para realizar esta obra que é o maior museu a céu aberto do mundo.As obras de arte, e as instalações, confesso, não me emocionaram. Não quero ser impermeável, mas eu que amo arte moderna, ainda não assimilei a contemporânea, tenham paciência comigo, afinal, dizem que eu sou velha. Mas, a arquitetura! ai a arquitetura! Como é bela, como é grandiosa e como é simples ao mesmo tempo. Que privilégio ter a companhia da minha filha arquiteta para me mostrar detalhes que sozinha eu não saberia ver. Preciso voltar lá urgentemente, preciso saber se foi verdade toda aquela beleza ou se foi um sonho do qual não acordei ainda.
11 de fev. de 2012
Levante as Mãos
Enquanto
na Rua dos Ingleses, escritório político do então Ministro Fernando Henrique,um
grupo de intelectuais e amigos se reunia sob o comando de Ruth Cardoso e Miguel
Reali Jr, Gilda Portugal Gouvea, já na
ativa, procurava uma casa para o comitê.
Procura que procura, acabou batendo o martelo numa casa muito boa numa rua
desconhecida chamada Carpina. Tinha a desvantagem de ser num lugar elitista -
começava numa pracinha na Av. Lineu de Paula Machado, rua do Jockey Club de São
Paulo e longe de grandes corredores e do metrô. A vantagem:- era enorme, bem
conservada e, melhor de tudo, de graça. No dia que tomamos posse, lá estava eu,
“convocada” pela Maria Helena Gregori para arregaçar as mangas. Foi nesse dia que conheci meus fiéis escudeiros, Manuel
Novais e Wolmir Mattos. Nós três nos especializamos em campanha: Mané com
um rolinho de tinta dando um tapa na sala que seria do Miguel, e Wolmir, ''faz
tudo"rabugento e mal-humorado, fazia de tudo mesmo, até subir no telhado comigo
para pregar uma faixa. Em seguida, começaram a chegar na casa os antigos e fiéis
amigos da Gilda, o Go, Guilheme Magalhães,a saudosa Leide Câmera, Mimi Soffer, Carlos
Novaes, pai do Mané,os antigos e fiéis
da equipe do candidato, Barrica e a Quim, Maria Quinteiro e Eduardo Graziano,
irmão do Xico. Basicamente fomos os primeiros a chegar, devo estar esquecendo
muita gente, em três dias já éramos um batalhão. A casa, apesar de bem
conservada, estava fechada há muito tempo e era um verdadeiro ninho de
pernilongos. Nesse primeiro dia, a infernal nuvem desses irritantes insetos era
tão grande que mal conseguimos nos reunir em volta de uma mesa de jantar deixada
pelo dono da casa que nos serviu para reuniões e mais tarde como mesa de
trabalho para envelopar correspondência, receber pessoas e inscrições. Dedetização
feita, a limpeza contratada, a fiação para telefones ampliada e revisada, e, uma novidade -computadores-, era
hora de mobiliar a casa. Mesas,estantes, escrivaninhas e cadeiras
providenciadas, fomos enfeitar a casa, Maria Helena Gregori trouxe sofás,
quadros, gravuras e a linda mesa de sala
de jantar da recém desmanchada casa da mãe dela, minha querida tia Suzana
Fonseca. A biblioteca com sua bonita boiserie, ficou chiquérrima, seria a sala
do candidato, mas acabou sendo ocupada pela gente mesmo, especialmente Gilda e
Maria Helena com suas famosas listas. No dia da inauguração da casa que nós
brincávamos chamando de ‘’Casa de Programa’’, levei até tapete persa da minha
casa para receber Fernando Henrique. Me lembro de ficar fazendo sala para o ex-prefeito
Figueiredo Ferraz que morreria na mesma semana. A inauguração, apesar de florida e enfeitada, não
foi um dia de festa, foi de trabalho mesmo. Naquele dia conheci o meu querido
Neco Sobral e o Andrea Calabi, com quem trabalhei na campanha da reeleição em
1998. As pessoas chegavam, preenchiam uma ficha com seus dados escolhendo de qual grupo de trabalho queriam fazer parte.
Houve uma breve fala, e, mãos à obra, os grupos começaram a funcionar naquela
mesma noite. Eram vários, não sei se vou me lembrar de todos, o
Desenvolvimento era coordenado pelo Calabi e se subdividia em vários grupos
menores, Energia, do Pedro Jens e Silvio Aleixo, Transportes com o Thomaz
Aquino, Agricultura com Guilherme Souza
Dias, Comércio Exterior, Ciência e Tecnologia entre outros.O grupo da Educação era coordenado pela Eunice Durhan e nele
foram incansáveis a Maria Helena Castro e a Yara Prado. Lourdes Sola comandava Parceria
Estado Comunidade com diversas subdivisões como Negros, Mulheres, Cultura, Pobreza e Fome, Crianças e Adolescentes, 3ª
Idade e outras mais. A Reforma de Estado
com Previdência Social, Privatização, Reforma Fiscal era
comandada pela Maria Hermínia Tavares de Almeida. Saúde, não me lembro quem coordenava, eram
tantos medalhões que fica difícil nominar, pra não cometer injustiça, não falo
de ninguém.
Aliás,
foram tantos medalhões, tantos artistas e tantos intelectuais, os maiores que pude
sonhar conhecer, que de tão comovida preciso me beliscar pra ter certeza de que era eu mesma.
As lembranças estão voltando tão fortes que acho que vocês já cansaram.
Pra
descansar deixo o link do primeiro programa de TV e a música “Levanta a Mão”.
Amanhã eu conto mais.
http://www.youtube.com/watch?v=R4k-u8GbmUk&feature=player_detailpage9 de fev. de 2012
Mãos à obra Brasil
Estive
ontem com a Gilda Portugal Gouvêa, que elogiou muito o meu blog dizendo que eu
escrevo bem - logo eu, que nunca sei pôr as vírgulas no lugar certo, mas, como
professora é professora, não vou discutir com ela, vou é fazer um curso de português
para ex-alunos no INDAC, escola que as pessoas julgam mal, por não imaginar
a qualidade dos professores que tivemos a sorte de ter.
Nessa gostosa conversa com a Gilda, Yara Prado e outras pessoas da equipe do Ministro da Educação,
Paulo Renato de Sousa, relembramos os velhos tempos de quando nos
conhecemos naquele privilégio imenso que foi
a campanha presidencial de 1994 quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito no
1º turno. Eu aqui só falo de campanhas e do
meu clube, mas como esse blog é lido só por quem tem paciência e gosta de mim,
acabo sendo superconfessional e repetitiva. Agora, com o aval da ministra, vou
contar as coisas de que me lembro daquela
época inesquecível. Vou contando, sem ordem cronológica e com a permissão da
minha memória já tão esclerosada.
A
campanha em São Paulo começa em meados de maio de 1994, tenho certeza disso
porque meu pai faria 70 anos no dia 10 de junho e prometi entrar de cabeça só
depois dessa data porque eu estava envolvida com a festa. Numa manhã bem cedo,
resfriadíssima e com febre, atendo a um telefonema importantíssimo, era o Miguel
Reali Junior, de partida para Contagem, em Minas Gerais. Lá aconteceria a nossa convenção que homologaria o nome do candidato. Ele
me convidava para trabalhar na campanha _ele tinha sido convidado pelo
Sergio Motta para ser o Coordenador do Programa de Governo em São Paulo e
queria que eu fosse a secretária. Tão
troncha eu estava naquela manhã, que agradeci
muito, mas recusei porque já tinha assumido o compromisso de trabalhar na
campanha de José Serra para o Senado.
Nem bem desliguei o telefone, me bate um arrependimento atroz, eu tinha
sido convidada para trabalhar na campanha presidencial e o candidato era o
Fernando Henrique! E eu agradeço e recuso - que idiota!!!! O pior é que naquela
época não existia telefone celular, tive que esperar a volta dele para
telefonar e aceitar. Na mesma semana,
minha tia Maria Helena Gregori já estava a mil por hora organizando os
primeiros passos. Minha primeira missão foi ir buscar assinaturas para um
manifesto de desagravo ao nosso candidato por causa de um artigo na `Folha de São
Paulo` escrito pelo físico Rogério Cesar Cerqueira Leite. Me lembro que a primeira
assinatura que fui buscar foi no
consultório de um médico que não consigo me lembrar o nome, em Higienópolis. Manisfesto
feito e publicado, começaram as
reuniões no escritório político
do candidato na rua dos Ingleses. Eu que convocava as pessoas por telefone,
minha especialidade, tanto que, quando ganhamos a eleição, brinquei dizendo que
queria um emprego na Telesp. É impossível descrever a emoção dessas primeiras
reuniões organizadas e conduzidas pela Ruth Cardoso, onde foram chamadas as pessoas mais próximas dos Cardoso - Lourdes Sola,
Maria Hermínia Tavares de Almeida, Juarez Brandão Lopes, Eunice Durhan, Boris
Fausto e Celina, Milton Santos, Leôncio Martins Rodrigues e muitos outros que,
nessas primeiras reuniões delinearam o esqueleto do que viria ser a proposta de
governo que foi chamada de “Mãos à Obra Brasil”. Não posso esquecer de falar da
Maria Helena Gregori, David Zilberstajn, Miguel Reali Junior e a Gilda Portugal
Gouvea, que era a Secretaria Executiva da
campanha em São Paulo. Pensando que no livro `Mãos à Obra` encontraria os nomes desses colaboradores,
fui pegá-lo. Pena que não tem,e, que pena que eu ,há alguns anos atrás, com dor no coração,
por total falta de espaço na minha casa, joguei fora todos os papéis que tinha
dessa época. No rescaldo da campanha, guardei, além das listas de presença e dos
manifestos, recadinhos e papeizinhos bobos, isto me ajudou a montar um mailing
que me fez importantíssima, toda hora me ligava algum figurão pra saber se eu
tinha o telefone de fulano ou beltrano, nessa hora me sentia a própria ministra
da Casa Civil fazendo as nomeações, hahaha! Pra não ficar muito cansativo, deixo
pra amanhã a história da procura, reforma e inauguração da casa da rua Carpina,
o nosso comitê.
23 de jan. de 2012
Eu era feliz e sabia!!!
Acabo de chegar da missa de sétimo dia do
meu amigo querido, Neco Sobral. Nos conhecemos em junho de 1994 no comitê de
eleição do futuro presidente Fernando Henrique Cardoso. É ainda nítida na minha memória a hora em que
fomos apresentados, apesar de muito mais moço que eu, tínhamos inúmeros amigos
em comum, sendo a Gilda Portugal Gouveia, a chefe da campanha em São Paulo, sua
melhor amiga. Nossa empatia foi imediata e no dia seguinte dessa inauguração da
casa da Rua Carpina onde era sediado o Programa de Governo que se chamou
‘‘Desperta Brasil” onde eu tive a felicidade de ajudar a secretariar, lá estava
o Neco, de mala e cuia, pronto pra ajudar em qualquer coisa. E era qualquer
coisa mesmo que a gente fazia, até varrer o comitê e pregar cartazes se fosse
preciso. Ele participava do grupo de estudos coordenado pelo Andrea Calabi
chamado Desenvolvimento, mas, muito mais do que participar desse grupo, ele
passou a fazer parte ativa da campanha e
nela se destacando pela disposição, disponibilidade e alegria. Muito rico,
tinha um Passat importado, que nós aconselhamos a trocar, não pegava bem numa campanha
política com pessoas de todas as classes sociais, um carro importado, raridade
naquela época. Pois não é que no dia seguinte ele aparece com um carrinho
popular que nem ar condicionado tinha? Ele era tão generoso e simples que se
adaptou perfeitamente, e mais, tinha seu belíssimo apartamento na Rua São Paulo
Antigo, sempre aberta a todos nós, especialmente ao grupo de jovens comandada
pelo hoje vereador Floriano Pesaro.Que tempos emocionantes, a gente sabia que
ajudávamos a escrever uma página da história que apesar de importantíssima, era
também divertida. No encerramento da campanha ele deu um jantar chiquérrimo na
sua casa para todos nós da campanha, incluídos
aí o futuro ministério e primeiro escalão do governo recém eleito e todas as
pessoas que conviveram conosco aqueles meses, a telefonista, copeira, motoristas
sem distinção nenhuma. O presidente
eleito telefona e o Neco o coloca em viva voz para que todo mundo desfrutasse daquele
agradecimento tão especial. Ajudamos
ainda a organizar os convites para a posse trabalhando até a hora de embarcar
para Brasília onde ficamos todos no mesmo hotel. Uma farra, uma emoção indescritível.
Em seguida o Neco continuou na linha de frente ajudando a montagem do governo,
imaginem que até pensaram que ele era lobista,
afinal,quem era aquele menino que não era conhecido em Brasília mas que tinha
contato e transitava entre os grandes
empresários, intelectuais e políticos desse País sem se deslumbrar pelo poder e sem querer cargo algum? Era, acreditem em
mim, idealismo puro. Sobre a carreira
política e empresarial dele, nosso amigo Raul Christiano escreveu lindamente no
seu blog: http://raul.blog.br/1933/morre-neco-sobral-quadro-tucano/comment-page-1
, Eu só consigo falar do amigo querido que não
gostava de Brasília e me telefonava toda hora se queixando de solidão, do amigo
namorador que sempre me perguntava, achando que eu conhecia todo mundo, quem
era essa ou aquela menina que ele estava interessado, ou até para me ver brava,
me amolava dizendo querer namorar a minha filha recém saída da adolescência.
Essa convivência tão feliz começa a se espaçar a partir de 2002, ano de muitas perdas,foi quando
a minha vida começou a ficar chata. A última vez que nos falamos foi para pedir
mais um favor, uma contribuição prontamente atendida, para o Projeto Equilíbrio
que cuida de meninos de rua. A dor da minha saudade eu divido com as queridas
Tininha e Gilda.
Um
dia Neco, a gente ainda se vê, cuida da gente, tá?
P.S. Essa foto foi tirada na Praça dos tres Poderes na hora da posse do Presidente Fernando Henrique Cardoso no dia 1o de janeiro de 1995
P.S. Essa foto foi tirada na Praça dos tres Poderes na hora da posse do Presidente Fernando Henrique Cardoso no dia 1o de janeiro de 1995
19 de jan. de 2012
Chorei , chorei!!
Estávamos na Cachoeira, em férias, eu
dormindo no nosso quartão quando o madrugador André vem me acordar com a notícia terrível dada pela Marilia Gabriela na TV Mulher. Me lembro até do pijama azul
marinho que ele vestia, me lembro do susto, da esperança logo desfeita de que
fosse um engano.Que dia terrível,me vejo ainda com meu jeans beige a camiseta
listada, sentada o dia inteiro na frente da tv e chorando. Chorei muito, chorei piscinas,chorei até
ficar cansada.Naquele dia só pensava no meu amigo Binho Ópice, o maior
apaixonado por ela e me lembrava de que quando nos conhecemos, uns 10 anos
antes, ele já era o seu maios ardoroso fã. Minhas lembranças me levaram até
1965 ou 66 quando escutei pela primeira vez aquela voz insuperável, me lembrei
da capa do disco 2 na Bossa que eu ouvi tanto que até hoje sei todas as músicas
de cor, este disco foi por sorte resgatado pela Carolina Vasconcelos, numa arrumação
no escritório do seu pai, meu primo Dado. Acho que este dia não ficou marcado
só na minha memória, acho que todos da minha geração se lembram daquele dia e de
como foi que receberam a notícia. Imaginei que meu filho também se lembrasse,
mas ao telefonar para ele fiquei sabendo
que não,- ele não tem a menor lembrança e acho que só tem por ela a admiraçao
pela voz, não tem aquela paixão avassaladora
que eu sempre tive. O tempo, que é além de senhor da razão é também
cruel, fez nesses 30 anos que eu
chorasse tantas perdas que hoje, já não
consigo mais. Sinto uma dor tão terrível pela perda do Geraldo Afonso Assumpção
há 3 meses que me sinto anestesiada, sem muita vontade de nada, nem de chorar.
Ontem foi o Neco Sobral, amigo tão querido e importante na minha vida.
Também
não consegui chorar.
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