5 de mar. de 2010

Sao Paulo minha cidade

Quando eu trabalhava na Sub Sé, era representante dela no CONTUR, Conselho de Turismo da SPTuris. Numa das primeiras reuniões, o Caio Carvalho, brilhante presidente, conta que tinha começado naquela semana a fazer um site chamado http://www.saopaulominhacidade.com.br para as pessoas escreverem sobre a cidade de São Paulo e pediu para que quem pudesse, colaborasse escrevendo e divulgando. Não precisou pedir duas vezes, ao chegar em casa, fui direto escrever essa croniquinha que, para minha surpresa, alguns anos depois foi escolhida e publicada num livro, numa bela festa na Sala São Paulo. Vou mostrar ela aqui, afinal, me enche de orgulho pensar que uma ação quase que entre amigos em outubro de 2005, tomou um vulto tão grande.

Reminiscências da Cidade Grande
01.11.05

Passei minha infância numa fazenda. Eu era a mais velha de sete irmãos e minhas vindas à São Paulo se tornaram inesquecíveis porque, por serem raras, tinham um quê de espera, de ansiedade e de novidade.

Nos anos 50, numa fazenda do interior, para se falar no telefone era uma "áfrica". Logo cedo já se pedia à telefonista para fazer a ligação, que ficaria pronta só na hora do jantar. Meus pais, muito moços e sociáveis, ficavam meio isolados. Então, quando vínhamos para São Paulo, geralmente para os partos de minha mãe, era uma romaria de visitas, parentes, primos, tios e tias que, por não termos o convívio, se tornaram muito mais importantes na minha memória afetiva.

Eu tenho nítida na minha memória a esquina da Alameda Jaú com Padre João Manoel, era a senha "chegamos"! A casa de meus avós era preparada para nos receber. Teve um ano que minha querida tia Regina desenhou, com giz de cera, a Branca de Neve e os sete anões na parede do quarto das crianças. Isso cinqüenta anos antes de virar moda.

Lembro-me nitidamente da casa enorme e cheia de roseiras do Horácio Sabino, onde mais tarde construíram o Conjunto Nacional. O mural de azulejos da Sabesp da Alameda Santos continua lá, no caminho para o parque Trianon, onde íamos todos os dias levados pelo Zé da Babá.

Só que hoje é tão mais perto... Será que era por isso que minha avó dizia que íamos visitar nossos primos, os bicho preguiça? Que raiva que me dava ouvir isso de uma avó tão querida, a que me levava passear na Rua Augusta, de tantas e tantas lembranças, que vão ficar para um outro dia, porque lembranças dessa cidade tão grande e fascinante tenho tantas e tantas que mal cabem dentro de mim.

P.S. Não deixem de conhecer esse site. É muuuito, muuuito bacana!

6 comentários:

Anônimo disse...

QUE GOSTOSO SEU JEITO DE ESCREVER, PITUCA. PARABENS E NUNCA PARE
BJS
STELA

Aurea Terranova de Alexandria Weber disse...

Nossa, você é então uma das pioneiras deste maravilhoso site? Que lembranças bacanas. Gostaria de ver uma foto da casa com roseiras... Você tem? Adoro o São Paulo Minha Cidade, um projeto tornado realidade pelas mãos dos próprios paulistanos. Pituca, eu e minha mãe escrevemos algumas crônicas lá também. Procure a "dona" Isabel Terranova. Beijos

Anônimo disse...

Pô, Pitis, só serviu pra dar água na boca. Você deveria escrever um livro. O meu próximo se chama "Alameda Santos" e tem muito a ver com SP. Acho que você vai gostar. Te espero no lançamento 3a. feira. Beijinho

Lesma de sofá disse...

Ai menina, até suas lembranças são sofisticadas, fala sério... Amei!
bjs

João Maradei disse...

Pituquinha, você está ótima! Adorei o blog! Entrei em seu perfil do Orkut para deixar uma mensagem e o descobri por um acaso. Como você não avisa essas novidades aos amigos?

Beijo grande e parabéns!!!

João Maradei

Marcelo Barretto disse...

Achei o blog sensacional! Parabens! Que venham novas histórias... Grande beijo, Celo.