5 de nov. de 2010

Sua gorda!!!!

Hoje a “Folha de São Paulo” dá com destaque na primeira página uma matéria sobre a discriminação aos gordos. Ai, que matéria esquentada! Desde que o mundo é mundo isso acontece, a diferença é que agora os gordos não fazem mais parte de uma minoria como até alguns anos atrás. Hoje a população obesa aumentou, e muito. Nos parques de Orlando é de impressionar. Mas aqui, no meu pequeno círculo, ainda, graças a Deus, somos minoria. Eu sofri muito a minha vida inteira com meu excesso de peso, e, claro, sofri bullying e tudo mais.
Por volta dos 20 anos deixei de ser uma obesuda para ser uma gordota. De lá pra cá a minha briga com a balança, excluindo - socorro!!! - o período de gravidez, sempre por volta de no máximo 6 a 8 kg. Antes de fazer 50 anos fiz um regime para perder esses kg a mais e, mudei de década muito bem para os meus parâmetros. Isso não durou muito, quando eu parei de fumar, em fevereiro, tive a capacidade de engordar 15 kg em 45 dias - fazendo ginástica como uma louca, (acho que eu sou a única gorda que adora salada e ginástica). Eu ia para o club cedinho e ficava até a hora do almoço na sala de musculação. Chegava em casa suadíssima, tomava banho, almoçava e, ai que vontade de fumar. Voltava para o club e ficava até a noitinha correndo na esteira, pedalando, até pular corda eu ensaiei. Claro que eu ficava exausta mas antes de dar a partida no carro já queria um cigarrinho, o jeito era parar no Pão de Açúcar e comprar todas as bobagens possíveis. Eu achava, burramente, que se eu em 12 dias tinha parado com a coisa que meu organismo pedia desesperadamente, emagrecer seria bico, afinal, pelo menos 3 vezes na vida emagreci 30 kg, 15, moleza! Doce e cândida ilusão, moleza que nada, até hoje, passados 8 anos, eu continuo com pelo menos 8 a 10 a mais. Isso até meados da campanha quando eu parei de almoçar, só comia porcarias - o mais razoável que eu comia era uma xícara de café com leite e um sanduíche de queijo quente, numa lanchonete do comitê. Quando, há uns 45 dias, nem tempo para ir lá eu tinha, eram dúzias e dúzias de queijadinhas e/ou biscoito de polvilho. Isso sem contar os alfajores que o meu querido Joel me levava quase todos os dias. Resumo da ópera: parei de me pesar, e estourei todos os limites.Para tentar voltar ao convívio social, amanhã me interno num spa por 20 dias no mínimo. Não vejo a hora.

Mas ainda tem uma coisa que eu quero contar, sofri o tão na moda bullying quando eu era menina que hoje já não ligo tanto. Volta e meia um anônimo posta comentários no meu blog me chamando de senhora obesa, uma vez essa mesma pessoa disse que eu era louca por causa das anfetaminas que tomei na vida, sei lá, pode até ser, mas eu só consegui emagrecer no dia que percebi que a minha gordura vinha do meu DNA, que é meu maior orgulho. Herdei do meu pai esse gene chatinho que judia de sobrinhos e primos mas que faz da gente parecidos com meu pai, não só no tamanho mas também nas qualidades. E não há magreza no mundo que eu troque por essa herança que me trouxe de contrapeso um nariz meio arrebitado, igual ao dele e só dos gordos da família.

2 comentários:

Néia Lambert disse...

Minha querida Pituca, enfim vc voltou! não me importa se com alguns quilinhos a mais, que diferença faz? a sua alma continua a mesma, já estava com saudade desse seu jeito espontâneo e cativante de se expressar.
Não suma! Beijos

Lesma de sofá disse...

Ai que delícia de texto!!!
Vou ler tudo de uma vez pra ver se mato um pouco das saudades...
bjsbjsbjs