9 de fev. de 2012

Mãos à obra Brasil

Estive ontem com a Gilda Portugal Gouvêa, que elogiou muito o meu blog dizendo que eu escrevo bem - logo eu, que nunca sei pôr as vírgulas no lugar certo, mas, como professora é professora, não vou discutir com ela, vou é fazer um curso de português para ex-alunos no INDAC, escola que as pessoas julgam mal, por não imaginar a qualidade dos professores que tivemos  a sorte  de ter. Nessa gostosa conversa com a Gilda, Yara Prado e outras pessoas da equipe do Ministro da Educação, Paulo Renato de Sousa, relembramos os velhos tempos de quando nos conhecemos  naquele privilégio imenso que foi a campanha presidencial de 1994 quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito no 1º turno. Eu aqui só falo de campanhas e do meu clube, mas como esse blog é lido só por quem tem paciência e gosta de mim, acabo sendo superconfessional e repetitiva. Agora, com o aval da ministra, vou contar  as coisas de que me lembro daquela época inesquecível. Vou contando, sem ordem cronológica e com a permissão da minha memória já tão esclerosada.
A campanha em São Paulo começa em meados de maio de 1994, tenho certeza disso porque meu pai faria 70 anos no dia 10 de junho e prometi entrar de cabeça só depois dessa data porque eu estava envolvida com a festa. Numa manhã bem cedo, resfriadíssima e com febre, atendo a um telefonema importantíssimo, era o Miguel Reali Junior, de partida para Contagem, em Minas Gerais. Lá aconteceria  a nossa convenção que homologaria o nome do candidato. Ele me convidava para trabalhar na campanha _ele tinha sido convidado pelo Sergio Motta para ser o Coordenador do Programa de Governo em São Paulo e queria que eu fosse a secretária.  Tão troncha eu estava naquela manhã, que agradeci muito, mas recusei porque já tinha assumido o compromisso de trabalhar na campanha de José Serra para o Senado.  Nem bem desliguei o telefone, me bate um arrependimento atroz, eu tinha sido convidada para trabalhar na campanha presidencial e o candidato era o Fernando Henrique! E eu agradeço e recuso - que idiota!!!! O pior é que naquela época não existia telefone celular, tive que esperar a volta dele para telefonar e aceitar.  Na mesma semana, minha tia Maria Helena Gregori já estava a mil por hora organizando os primeiros passos. Minha primeira missão foi ir buscar assinaturas para um manifesto de desagravo ao nosso candidato por causa de um artigo na `Folha de São Paulo` escrito pelo físico Rogério Cesar Cerqueira Leite. Me lembro que a primeira assinatura que fui buscar  foi no consultório de um médico que não consigo me lembrar o nome, em Higienópolis. Manisfesto feito e publicado, começaram as  reuniões  no escritório político do candidato na rua dos Ingleses. Eu que convocava as pessoas por telefone, minha especialidade, tanto que, quando ganhamos a eleição, brinquei dizendo que queria um emprego na Telesp. É impossível descrever a emoção dessas primeiras reuniões organizadas e conduzidas pela Ruth Cardoso, onde foram chamadas as pessoas mais próximas dos Cardoso - Lourdes Sola, Maria Hermínia Tavares de Almeida, Juarez Brandão Lopes, Eunice Durhan, Boris Fausto e Celina, Milton Santos, Leôncio Martins Rodrigues e muitos outros que, nessas primeiras reuniões delinearam o esqueleto do que viria ser a proposta de governo que foi chamada de “Mãos à Obra Brasil”. Não posso esquecer de falar da Maria Helena Gregori, David Zilberstajn, Miguel Reali Junior e a Gilda Portugal Gouvea,  que era a Secretaria Executiva da campanha em São Paulo. Pensando que no livro `Mãos à Obra` encontraria os nomes desses colaboradores, fui pegá-lo. Pena que não tem,e, que pena que eu ,há alguns anos atrás, com dor no coração, por total falta de espaço na minha casa, joguei fora todos os papéis que tinha dessa época. No rescaldo da campanha, guardei, além das listas de presença e dos manifestos, recadinhos e papeizinhos bobos, isto me ajudou a montar um mailing que me fez importantíssima, toda hora me ligava algum figurão pra saber se eu tinha o telefone de fulano ou beltrano, nessa hora me sentia a própria ministra da Casa Civil fazendo as nomeações, hahaha! Pra não ficar muito cansativo, deixo pra amanhã a história da procura, reforma e inauguração da casa da rua Carpina, o nosso comitê.


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