Enquanto
na Rua dos Ingleses, escritório político do então Ministro Fernando Henrique,um
grupo de intelectuais e amigos se reunia sob o comando de Ruth Cardoso e Miguel
Reali Jr, Gilda PortugalGouvea, já na
ativa, procurava uma casa para o comitê.
Procura que procura, acabou batendo o martelo numa casa muito boa numa rua
desconhecida chamada Carpina. Tinha a desvantagem de ser num lugar elitista -
começava numa pracinha na Av. Lineu de Paula Machado, rua do Jockey Club de São
Paulo e longe de grandes corredores e do metrô. A vantagem:- era enorme, bem
conservada e, melhor de tudo, de graça. No dia que tomamos posse, lá estava eu,
“convocada” pela Maria Helena Gregori para arregaçar as mangas. Foi nesse diaque conheci meus fiéis escudeiros, Manuel
Novais e Wolmir Mattos. Nós três nos especializamos em campanha: Mané com
um rolinho de tinta dando um tapa na sala que seria do Miguel, e Wolmir, ''faz
tudo"rabugento e mal-humorado, fazia de tudo mesmo, até subir no telhado comigo
para pregar uma faixa. Em seguida, começaram a chegar na casa os antigos e fiéis
amigos da Gilda, o Go, Guilheme Magalhães,a saudosa Leide Câmera, Mimi Soffer, Carlos
Novaes, pai do Mané,os antigos e fiéis
da equipe do candidato, Barrica e a Quim, Maria Quinteiro e Eduardo Graziano,
irmão do Xico. Basicamente fomos os primeiros a chegar, devo estar esquecendo
muita gente, em três dias já éramos um batalhão. A casa, apesar de bem
conservada, estava fechada há muito tempo e era um verdadeiro ninho de
pernilongos. Nesse primeiro dia, a infernal nuvem desses irritantes insetos era
tão grande que mal conseguimos nos reunir em volta de uma mesa de jantar deixada
pelo dono da casa que nos serviu para reuniões e mais tarde como mesa de
trabalho para envelopar correspondência, receber pessoas e inscrições. Dedetização
feita, a limpeza contratada, a fiação para telefones ampliada e revisada, e, uma novidade -computadores-, era
hora de mobiliar a casa. Mesas,estantes, escrivaninhas e cadeiras
providenciadas, fomos enfeitar a casa, Maria Helena Gregori trouxe sofás,
quadros, gravuras e a linda mesa de sala
de jantar da recém desmanchada casa da mãe dela, minha querida tia Suzana
Fonseca. A biblioteca com sua bonita boiserie, ficou chiquérrima, seria a sala
do candidato, mas acabou sendo ocupada pela gente mesmo, especialmente Gilda e
Maria Helena com suas famosas listas. No dia da inauguração da casa que nós
brincávamos chamando de ‘’Casa de Programa’’, levei até tapete persa da minha
casa para receber Fernando Henrique. Me lembro de ficar fazendo sala para o ex-prefeito
Figueiredo Ferraz que morreria na mesma semana. A inauguração, apesar de florida e enfeitada, não
foi um dia de festa, foi de trabalho mesmo. Naquele dia conheci o meu querido
Neco Sobral e o Andrea Calabi, com quem trabalhei na campanha da reeleição em
1998. As pessoas chegavam, preenchiam uma ficha com seus dados escolhendo de qual grupo de trabalho queriam fazer parte.
Houve uma breve fala, e, mãos à obra, os grupos começaram a funcionar naquela
mesma noite. Eram vários, não sei se vou me lembrar de todos, o
Desenvolvimento era coordenado pelo Calabi e se subdividia em vários grupos
menores, Energia, do Pedro Jens e Silvio Aleixo, Transportes com o Thomaz
Aquino,Agricultura com Guilherme Souza
Dias, Comércio Exterior, Ciência e Tecnologia entre outros.O grupo da Educação era coordenado pela Eunice Durhan e nele
foram incansáveis a Maria Helena Castro e a Yara Prado. Lourdes Sola comandava Parceria
Estado Comunidade com diversas subdivisões como Negros, Mulheres, Cultura, Pobreza e Fome, Crianças e Adolescentes, 3ª
Idade e outras mais. A Reforma de Estadocom Previdência Social, Privatização, Reforma Fiscal era
comandada pela Maria Hermínia Tavares de Almeida.Saúde, não me lembro quem coordenava, eram
tantos medalhões que fica difícil nominar, pra não cometer injustiça, não falo
de ninguém.Aliás,
foram tantos medalhões, tantos artistas e tantos intelectuais, os maiores que pude
sonhar conhecer, que de tão comovida preciso me beliscar pra ter certeza de que era eu mesma.
As lembranças estão voltando tão fortes que acho que vocês já cansaram.Pra
descansar deixo o link do primeiro programa de TV e a música “Levanta a Mão”.
Amanhã eu conto mais.
Oi, eu sou Pituca, apelido de Maria Cecilia Alcantara e Silva,e tenho 59 anos. Tento fazer regime há mais de 50 e faz 36 que me casei com Luis Augusto. Tenho 3 filhos absolutamente normais e equilibrados. André, inteligentérrimo e lindo como as irmãs, é casado há tres anos com a Paula, que mais parece minha filha. Isabel, é estabanada como eu, mas uma arquiteta de primeira, super competente e segura, e a Luisa, jornalista que me enche de orgulho, vai corrigir as vírgulas que eu, leitora voraz de boa literatura, ainda não aprendi a usar. Exagerada, compulsiva ao extremo, tenho todos os vícios legais, menos o cigarro ( parei há 9 anos). Numa época muito difícil na minha vida descobri os blogs e, por meio deles, o Polyvore, um site altamente viciante. A internet, e especialmente a blogosfera são, ainda bem, feita por jovens e, foram eles que me deram uma certa sanidade para atravessar o ultimo ano e me ensinaram que a vida é o que a gente quer que ela seja. Eu quero que ela tenha o brilho da juventude que hoje descobri em mim e que quero dividir com vocês.
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