22 de out. de 2010

Depois dessa será que eu aguento me aposentar?

Essa campanha, diferente de todas as outras que já trabalhei, encerra uma história que, como diz o Floriano Pesaro, começa logo depois da 2ª guerra. A gente tem que saber a hora de se aposentar, meu fôlego
acabou.  Se eu for fazer um balanço das pessoas que atendi, deve dar uma lista telefônica. Nessa última semana, confesso, já ando meio impaciente. As cartas que escrevo em nome do candidato, mas dizendo que sou eu, adoro, - são de 20 a 30 por dia e eu não escrevo uma igual a outra. O lugar onde fico é muito barulhento, as vozes que não são baixas, ecoam e volta e meia me dá vontade de chorar. Mas essa semana, chorei um choro gostoso. Recebi a visita de um senhor que gostando da resposta que dei, veio me conhecer. Ele tem 91 anos, ereto, bonito, chique e culto, pena que a vista já não é boa. Economista e Advogado tem histórias deliciosas sobre a cidade de São Paulo e de muitas pessoas que eu conheço de nome por terem sido amigos da minha família. Ele me mostrou esta poesia que me emocionou e que ele deixou que eu mostrasse. Vejam se não é linda:



Pagando uma divida de vida.
Devida era uma oração da vida.

ORAÇÃO

Na vida, a cada instante, busco o encanto
Quero rir com liberdade, na tristeza conter meu pranto.

No trabalho, ainda agora busco alegria.
No lazer, ouvindo clássicos, encontro a paz que me sorria.

Reverencio o sol que me traz alento
Cultivo flores em meu pensamento.
                                Com os olhos neblinadoa,aprender e esnsinar é um mandamento.
                                     Dividir o pão,perdoar e ajudar sempre,é um juramento

Quando de repente me procure a morte.
Viajarão comigo meus sonhos, meus amores e minha sorte.

Na grande viajem, o silencio à espreita,
O funil da vida se esvai por vereda estreita.
                                        Aos meus pais que do amor fizeram sublime alimento.
                                            A energia da vida se esvai por vereda estreita

Com minha amada, por setenta anos, fui feliz, toda noite, todo dia.
Ao Creador, reverente, mil graças por mais um dia
                                                                        CARLINO NASTARI