Estávamos na Cachoeira, em férias, eu
dormindo no nosso quartão quando o madrugador André vem me acordar com a notícia terrível dada pela Marilia Gabriela na TV Mulher. Me lembro até do pijama azul
marinho que ele vestia, me lembro do susto, da esperança logo desfeita de que
fosse um engano.Que dia terrível,me vejo ainda com meu jeans beige a camiseta
listada, sentada o dia inteiro na frente da tv e chorando. Chorei muito, chorei piscinas,chorei até
ficar cansada.Naquele dia só pensava no meu amigo Binho Ópice, o maior
apaixonado por ela e me lembrava de que quando nos conhecemos, uns 10 anos
antes, ele já era o seu maios ardoroso fã. Minhas lembranças me levaram até
1965 ou 66 quando escutei pela primeira vez aquela voz insuperável, me lembrei
da capa do disco 2 na Bossa que eu ouvi tanto que até hoje sei todas as músicas
de cor, este disco foi por sorte resgatado pela Carolina Vasconcelos, numa arrumação
no escritório do seu pai, meu primo Dado. Acho que este dia não ficou marcado
só na minha memória, acho que todos da minha geração se lembram daquele dia e de
como foi que receberam a notícia. Imaginei que meu filho também se lembrasse,
mas ao telefonar para ele fiquei sabendo
que não,- ele não tem a menor lembrança e acho que só tem por ela a admiraçao
pela voz, não tem aquela paixão avassaladora
que eu sempre tive. O tempo, que é além de senhor da razão é também
cruel, fez nesses 30 anos que eu
chorasse tantas perdas que hoje, já não
consigo mais. Sinto uma dor tão terrível pela perda do Geraldo Afonso Assumpção
há 3 meses que me sinto anestesiada, sem muita vontade de nada, nem de chorar.
Ontem foi o Neco Sobral, amigo tão querido e importante na minha vida.
Também
não consegui chorar.
Um comentário:
Escrevi sobre o nosso querido amigo Neco Sobral. Quando puder faça uma visita ao meu blog: http://raul.blog.br/1933/morre-neco-sobral-quadro-tucano/
bjs
Raul.
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