18 de fev. de 2011
Do Planeta Diário à grande imprensa
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Enquanto eu lia os jornais de hoje comecei a lembrar do fascínio que eu ainda sinto por eles, apesar da internet, muito mais ágil e que não suja as mãos. Essa coisa de gostar de jornal é meio atávica, minha mãe sempre acumulou do lado da cama, aqui e na fazenda, uma pilha considerável deles. Diz ela que é o que não deu tempo de ler ou que quer reler ou guardar. Melhor fazia minha tia avó Esther que recortava as notícias e as guardava, preciso conferir com minhas primas, mas parece que ela tinha caixas e caixas guardadas no sótão. Eu não faço isso, leio e na mesma hora coloco na pilha dos recicláveis. Jornal é um vício, mesmo a gente já sabendo o que vai sair vendo o jornal da TV na véspera. É uma delícia acordar e encontrá-los na nossa porta. Luisa, minha filha, é jornalista, trabalha há cinco anos na Folha de São Paulo. Agora faz a Folha Corrida, um resumo, uma espécie de primeira página, na última do Caderno Cotidiano. Para isso ela tem que ler o jornal de cabo a rabo e também todos os outros importantes do país e no mundo, acho super bacana essa pagina, principalmente quando se está com pressa. A única coisa ruim éque agora ela não tem mais tempo para mim, nunca pode falar no telefone e chega em casa à uma da manhã. Todo mundo aqui em casa acha absurda essa vida que ela leva, menos eu, que desde os tempos do Planeta Diário com o repórter Clark Kent e Miriam Lane( no filme Louis Lane) do adorável Super-homem que me iniciou nas delicias da leitura, já achava que uma redação era o lugar mais fascinante do mundo. Quando eu estava no colegial inventei um jornalzinho de poucas tiragens, era um misto de fofocas com notícias leves, eu fazia sem saber que isso existia:um boneco-numa folha de papel sulfite ia colando e ajeitando as notas batidas à maquina, recortadas e coladas. Quando a folha ficava pronta, passava num mimeográfo a álcool, grampeava e distribuía. Esse jornal durou no máximo uns 3 meses, não sei se acabou por falta de leitores ou pela sua precariedade. Trinta e tantos anos depois, trabalhando na Subprefeitura da Sé, fui intimada pela jornalista Egle Cisterna a ajudá-la num projeto desenvolvido pela Secretaria das Sub Prefeituras, idéia da Pamela Mora, onde cada uma das 31 subprefeituras teria um Jornal Mural com as notícias e feitos de cada uma das suas coordenadorias. O intuito era integrar todos os funcionários. Naquela época eu só conhecia de computador, a internet, nem imaginava a existência de um Office, muitíssimo menos do Power Point. Como a dona Egle é muito brava, não pude dizer não e ela foi me ensinando e me introduzindo nesse fantástico mundo do Bill Gates. No começo o jornal era tímido, uma página para cada coordenadoria e um responsável em cada uma delas para me passar as notas. Como não era obrigatório, nem todo mundo me atendia, salvo algumas exceções como a Thais Lima dos Reis da Coordenadoria se Cultura, Esportes e Assistência Social e Angela Pian, da Coordenadoria de Obras que me ajudou muito. Divertidíssima e colaborativa, juntas inventamos uma página social em CPOS com algumas fofocas para apimentar. Essa página fez sucesso até que algumas pessoas não gostaram de uma nota e reclamaram,- acabou ai, uma pena. Comecei também, fascinada com os recursos, para mim inimagináveis, do Power Point, para escândalo dos mais jovens e antenados, a buscar imagens para ilustrar o jornal. A Egle não gostava muito das minhas inovações, ela é muito conscienciosa e obediente às normas estabelecidas pela Secretaria, mas como eu sou desobediente e espaçosa, fui cada dia ampliando essas novidades até o dia que ela saiu de licença para ter o lindo Eric. Foi aí que me esbaldei, coincidiu com nossa mudança para o centro da cidade que me fascinou de tal maneira que inventei uma pagina chamada "Conheça o Centro", primeiro com informações de comércio e depois com história. Escolhia um nome de rua aleatoriamente, buscava na internet fotografias antigas e uma atual e contava o porque do nome de cada uma além de uma pequena biografia do homenageado. Pesquisava no dicionário de ruas e nas páginas da web do CONDENPHAT e IPHAN e muitos e muitos blogs que até hoje leio. Depois de um ano, já não tinha mais rua, nem do centro, Bela Vista, Consolação, Santa Cecília, Liberdade e outros bairros da nossa subprefeitura. Passei aos monumentos e depois estendi à cidade, procurando no site da SPTURIS programas interessantes e baratos, ficou bacana, deu pra cobrir os quatro pontos da cidade com o Conheça a Cidade. As responsáveis na Secretaria, além da Pamela, Fernanda Anhaia Melo responsável pelo design e Camila Morais, gostaram e adotaram essa pagina para as outras subs. Quando fui despedida em dezembro de 2009, o jornal que já tinha 12 páginas ficou sob responsabilidade da minha querida e linda Carol Flauzinos, que continua fazendo com o mesmo amor que eu. Acho que foi esse JM que me deu coragem para começar esse blog. Mais uma que eu fico devendo ao Andrea Matarazzo.
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4 comentários:
Jornalismo é uma prática que está além do diploma nesse sentido exato: tem gente que nasce jornalista, e que é jornalista a vida toda sem se dar conta!
E viva o Andréa Matarazzo...
bjsbjs e amores
PITUCA, pelo visto sua Luisa não está furtando. ESTÁ HERDANDO!!!
Abraço.
Muito orgulho de fazer parte do seu crescimento cibernético....
precisando... vc sabe to aqui.
bjks
Opa! Estou por aqui... a colaboração sempre foi válida pelo seu comprometimento.
Saudades!
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